domingo, 21 de novembro de 2010

Reportagem - Preconceito “Irracional”

          No século XX, o cientista Charles Darwin entendia a evolução da espécie a partir de um processo de transformação e adaptação ao ambiente. Para ele, aqueles que mais se adaptavam às condições existentes tornavam-se predominantes sobre os outros. A linha de pesquisa denominada “Darwinismo Social” apresentava teorias que consideravam civilizações em um grau superior às demais.
          Com o prevalecimento “tecnológico” do continente europeu sobre os demais em um contexto de Revolução Industrial, iniciou-se a escravização dos africanos, já que sua cultura era supostamente inferior e, com o argumento de melhoria de vida e de “fazer bem” àquela sociedade, os europeus impuseram sua cultura ao longo do continente africano e, também, do americano.
          Uma das figuras mais famosas da história, Adolf Hitler, fez com que milhões de pessoas morressem, já que, para ele, a raça ariana, composta de alemães, era superior e todos aqueles que não pertencessem à mesma seriam exterminados.
          Em 1948, entrou em vigor na África do Sul, o regime segregacionista do Apartheid. O governo, formado por brancos de origem européia, negava aos negros direitos sociais, econômicos e políticos, de forma que prevalecessem os interesses daquela minoria dotada de poder.
          O preconceito racial vem percorrendo o caminho das grandes navegações até os dias de hoje e nem o advento da modernidade o resolveu. Até hoje negros, brancos, pardos sofrem em escolas, faculdades, empresas, e até mesmo em suas próprias casas.
          A dificuldade maior é exterminar esse mal por completo. Estudiosos dizem que a educação é a principal forma de fazê-lo. Em São Paulo, 2007, foi aprovada uma lei que indenizava vítimas de preconceito racial. Simone André Diniz, que “não preenchia os requisitos” para trabalhar como empregada doméstica, já que a preferência era por mulheres brancas, recebeu trinta e seis mil reais por ter sofrido este tipo de discriminação. E os números não param por aí.
           Ao mesmo tempo, contradizendo até mesmo a proposta de lei supracitada, que visa à diminuição da humilhação sofrida por milhões de pessoas, ainda existe o sistema de cotas, por exemplo. O que seria um tipo de vantagem para aqueles que se sentem prejudicados, acaba se tornando um mecanismo de preconceito, já que, se estudos da biologia comprovam que a genética é a mesma para toda a raça humana, por que manter uma estrutura ainda “separacionista”?
          Até mesmo o conceito de raça já está sendo questionado, já que o próprio pode ser interpretado através de diversas linhas teóricas sociológicas, filosóficas e científicas. Toda a discussão em volta deste tema só faz com que ele se torne um assunto mais polêmico e ainda sem conclusão definida.
          São muito evidentes os traços preconceituosos existentes em todas as sociedades. Apenas quando as idéias e personalidades das pessoas valerem mais que a cor da pele, ou qualquer outro tipo de estereótipo, viveremos em um mundo igualitário e respeitoso.              

Nenhum comentário:

Postar um comentário